12. Tempos Difíceis

 

Tempos difíceis,

Um espaço para a poesia...  

As respostas às nossas dúvidas são poucas. Somos flores duvidosas de nosso perfume. Em tempos difíceis, onde imperam a violência, a falta de sentido para a vida, a miséria, o desânimo e a precariedade da educação, nós, educadores e educadoras, permanecemos perplexos. 

Por que não conseguimos educar as crianças? O que há de errado com nossos adolescentes que se refugiam na droga, prostituição, na busca desenfreada pelo prazer, na desobediência? Onde estão os valores que asseguram e solidificam os relacionamentos?  À nós, essas perguntas soam tão importantes quanto as de uma criancinha que, semana passada, queria saber por que as mulheres não ficam carecas. Digamos que os questionamentos sobre a educação, a crise na adolescência e sobre os valores sejam, no mínimo, importantes para termos um mundo melhor.

 

Assim como é importante, para qualquer criança, saber que existem diferenças químico-biológicas entre homem e mulher. Por esse motivo, essas últimas não ficam careca nem têm o peito cabeludo, como diria o cantor paraibano Genival Lacerda.  O problema é que, nessa mudança de época, estamos sem respostas para muitos dos nossos questionamentos. Somos flores que enfeitam e embelezam os jardins. Mas somente flores. Perdemos o contato com o Jardineiro e corremos o risco de perecermos.

 

Nossos espinhos podem assassinar outras rosas e, em última instância, o Jardineiro.  Há, pois, alguém que nos aponte uma saída? Será que a religião, a ciência, os Meios de Comunicação, o narcotráfico ou a industria farmacêutica possuirão algum remédio para curar a falta de educação, a rebeldia dos adolescentes, a fragilidade dos relacionamentos e o medo das várias formas de violência de nosso tempo?  Quem nos acudirá quando nossos espinhos pontiagudos perfurarem o que resta de humano em nós? Quantos deuses olharão por nossas pobres e incrédulas almas depois que nos destruirmos? 

À HUMANIDADE falta amor.