4. Tecer a Vida

 

 Tecer a vida 

Amarga solidão,

Envolta por muito saber

Que gera uma grande angústia, difícil de se dizer. 

É como as dores do parto,

Sofrimento desmedido, uma espécie de infarto

Que produz dentro de nós um medo aterrorizante de morrer. 

Solidão é saudade vazia,

Algo que não se sacia,

É um vácuo aberto. 

Assim sou hoje e agora,

Mas não serei eternamente.

Tenho plena consciência do efêmero instante presente.

 Ele é tempo de aproveitar,

Caminhar em novos caminhos,

Ainda que nos sintamos sozinhos.

 É certo que há companhias

Que nos fazem sentirmos bem,

Mas nem sempre encontramos alguém

Verdadeiro porto-seguro.

Isso mais parece um sonho, uma forma de utopia

Porque a realidade atrofia.

É sincera e verdadeira...

 Mas ela é o que existe,

De fato e realmente.

Mesmo que não nos deixe contentes.

 Realidade e sonho,

Solidão e companhia

São pares de nossa via, 

Ou melhor, de nossa vida.

Cumpre-nos as encararmos

Para tecer nossa história

Com pretensão de vitórias,

Fruto de pequenas conquistas.